8 de fev. de 2013

Longa-metragem


Tudo que me restava eram lembranças daquela noite. Chovia forte, o que foi uma contribuição para um beijo típico de cinema. O mundo parecia mais devagar, quase parando, e por mim, continuaria assim.
O amor é um tipo de magia que faz o tempo parar e o coração acelerar.

Mas então, começaram a subir os créditos. Nossos nomes como protagonistas, nossa música de fundo, a Vida como diretora e uma cena final. Uma cena que mostrou que a história não acabava ali. Continuaria quando os dois estivessem prontos novamente. E com esse ponto e vírgula, o tempo voltou a correr depressa. Rápido e atordoado, como um carro em alto velocidade com um motorista embriagado. Ir embora traria um belo risco de morte do que sentíamos um pelo outro. Um poste no meio da estrada com um sorriso cativante ou uma curva mal feita para deixar cair as lembranças na rodovia. E por algum tempo, eu acredito que tudo tenha ficado em coma. Quietinho, sem se pronunciar.

Foi quando, um dia, depois de o coração já ter se encarregado de fechar a cicatriz desse desamor, que ele apareceu. E meu coração me dizia, indignado consigo batendo mais forte outra vez, o quanto foi difícil costurá-lo. "Não faça nenhuma besteira", suplicava. Mas o amor foi mais forte. O desejo de continuar nossa história falou mais alto. E de tanto acelerar, arrebentaram-se todos os pontos. O que não trouxe dor, mas sim alívio. E talvez o amor seja isso que faça com que você saiba que não precisa carregar um band-aid na bolsa. Afinal, você não vai precisar.

É difícil confiar de novo, eu sei. É complicado saber se nós ficaríamos juntos agora ou se algum dos dois um dia vai precisar ir embora. É doído todas aquelas boas lembranças que me vinham à cabeça quando eu ouvia nossa música no rádio. Mas dessa vez, quando a comédia-romântica acabou e acenderam as luzes, você continuou ali do meu lado. E nunca mais se foi.

Eu aprendi que o cara certo é aquele que continua do seu lado quando as luzes se acendem. E faz, da sua realidade, uma história de cinema.

2 comentários:

  1. Difícil encontrar palavras para descrever um texto tão bem escrito. Creio que PER-FEI-TO caracteriza bem a forma leve e envolvente como descreveste um amor que parece ser tão puro, real e intenso.
    Parabéns Débora pelo belíssimo texto. É definitivamente inspirador!

    La Rousse

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  2. Parabéns Débora seu texto está incrível e a metáfora com uma historia de cinema é ótima.

    Bjoss
    monopapo.blogspot.com.br

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