22 de nov. de 2013

Alguém já se sentiu sobrecarregado pelos problemas dos outros?


Posso falar? Sou uma pessoa rasa. Um porto seguro. O que é que tiver que jogar para mim, vai boiar. Qualquer desabafo sobre qualquer problema vai ser amenizado. Independente do quão pesado for, as ondas que vão se formando ficam cada vez mais fracas. Pode ser até que parem. Pode ser até que no fim, tudo termine em calma e equilíbrio. Dizem que no final, sempre te aguardam surpresas incríveis mesmo! Pode ser terapêutico pensar assim. Mas ninguém nunca me disse quando o final chega.
É confortável compartilhar suas angústias com os outros. Quem quer que seja. Seu psicólogo particular, seu namorado, um melhor amigo. Mas conhece o efeito borboleta? É sensível. Significa que qualquer problema insignificante que você descarregar em alguém pode ferrar com essa pessoa. Talvez seja difícil considerar qualquer coisa sobre o estado de quem ouve sua lamentação, mas ela pode simplesmente não estar legal. Simples assim. E por umas semanas, não estou legal. Estou sobrecarregada. Só isso.
Quando o ar fica denso demais para inalar e as têmporas doem mais do que se tivessem levado oito socos, tenho o conforto de pensar que meu trabalho está feito. Sugar o que puder do peso dos outros é um prazer estranhamente masoquista até mesmo para mim. Aquela que não sofre. Aquela que não enxerga. Talvez pudesse sacrificar uns pedaços do que sobrou dela. Não estão em uso mesmo. É bom pra acabar com a inércia. Saudável, até. De vez em quando. Mas no fundo, é psicológico, não é? Que nem a dor, se o que dizem é verdade. Mas nunca vi um parasita mantendo seu hospedeiro são. Ainda mais um hospedeiro que comporta tanta gente.
Tá, talvez não tanta gente. Mas tantos problemas que minhas mãos não comportam. Nem se seguro-os em imensas sacolas plásticas.
Não é como chegar em um psicólogo e perguntar como ele está enquanto segura uma prancheta. Mas mutualidade pode salvar uma outra vida da mesma forma que outros confidentes podem ter salvo. E não apenas salvar do óbito. Salvar de se perder em emaranhados de nada. Um nada que pode aterrorizar tudo o que se é.

2 comentários:

  1. Esse texto caiu uma luva pra mim, estou me sentindo exatamente assim. Amei!

    Beijos:*

    www.bloghelenacampos.com

    ResponderExcluir
  2. Eu sou muito assim como você é ...
    seu layout é perfeito !

    http://paginadezoito.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

© Conspirantes - 2014. Todos os direitos reservados.
Criado por: Amanda Montt.
Tecnologia do Blogger.
imagem-logoimagem-logoimagem-logo
voyeur porn porn movies sex videos hd porno video