1 de ago. de 2013

Só para dar um tchau


Sentei naquela poltrona azul pela primeira vez, mas com aquele ar de despedida. E com os olhos engolindo a vista pelo vidro do vigésimo andar. É difícil não pensar em como minha vida aqui seria um filme. Porque saindo na rua, os letreiros são os mesmos dos filmes. E os festivais são até melhores pessoalmente. Todas as pessoas parecem atores e atrizes de primeira e isso me assustava um pouco. Não sou boa o suficiente para me mesclar aqui no meio. Perdi as contas de quantas vezes abaixei a cabeça mentalmente enquanto passava por pessoas donas de peles impecáveis, cabelos perfeitos e roupas ideais. Engano meu. Me encaixei perfeitamente logo na primeira festa. Nas primeiras compras. E estreando as primeiras compras. Já poderia atravessar a Young St com meus óculos redondos, creeper e cabelo verde e ser confundida como uma moradora. E eu incorporava essa personagem. E virava a atriz. Com direito a uma trilha sonora que acompanhe oscilações de humor.  Meu filme.
Fiz questão de inventar enredos de última hora e tentar o inusitado. Dar um presente para desconhecidos na rua para roubar um sorriso. Ter um espanhol como melhor amigo de uma semana. Ir em uma festa no Hard Rock Cafe e em um festival de Jazz com um chapéu de balão compartilhado. Andar pelos corredores de uma escola tradicionalmente americana com um copo do Tim Hortons, sendo mais hipster do que se estivesse frequentando um Starbucks em NY. Comprar um Wreck this Journal. E observar a vista de Toronto a noite pela janela.
E o pior de viver em um lugar com cenário de filme é perder a noção do tempo. Algumas cenas duram demais, e isso pode ser ótimo ou péssimo. Mas quando o filme é realmente bom, não importa. No final, sempre vai bater aquela vontade de ver de novo e ter aquela sensação de primeira vez. De novidade. Uma pena. Ou não. Bom para ir buscar essa sensação em outra coisa. Ainda mais uma pessoa como eu, que vive desligada pensando no que fazer ou no que fiz. Lembrando, criando, lembrando, criando. Reformulando. E lembrando de novo.
E agora é hora de pegar um avião de volta à realidade e contar para o mundo o como sonhos podem ser divertidos. Ainda me divirto lembrando deles. Espero que continue sendo assim.

6 comentários:

  1. AI, QUE FOFA MELDELS!!!!! Apenas amei, e o texto tá lindo. Super evejando essa viagem <3 P.s: o lay aqui tá digno!!

    ResponderExcluir
  2. Mas que texto cheio de emoção é esse,meldels .. Adoreeei! Me senti como lendo um livro e entrando em cena oO

    Visite: meianoite-br.blogspot.com.br
    Facebook: facebook.com/BlogMNBR

    ResponderExcluir
  3. Nossa, pude imaginar você pelas ruas da cidade com este texto maravilhoso!! Que emoção @u@

    Bjs
    http://paradise-of-madness.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Adorei ler seu texto, tem bastante sentimento incluindo saudades, né? Tenho certeza que foi ótimo. Gostei bastante de acompanhar seus posts a respeito da sua viagem, acho tão legal acompanhar seja vlogs ou postagens de intercâmbio (algo que quero fazer futuramente). É como se quem estiver do outro lado da tela, estivesse aí também,é bem legal. <3

    shelikesrockn-roll.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  5. Oh, também vou ficar com saudades das fotos do Canadá Novembro Inconstante

    ResponderExcluir

© Conspirantes - 2014. Todos os direitos reservados.
Criado por: Amanda Montt.
Tecnologia do Blogger.
imagem-logoimagem-logoimagem-logo
voyeur porn porn movies sex videos hd porno video