25 de jun. de 2013

Um outro tipo de amigo imaginário

Blessed With A Curse.

As vezes eu fico divagando sobre como é possível ser tão solitária ao ponto de mentalizar um (quase) amigo aleatório e se imaginar contando a ele sobre tudo. Jogando um peso pra fora, ou algo do tipo. Fazendo um pouquinho de drama só pelo prazer de poder dividir qualquer coisa com alguém e saber que esse alguém vai te entender. E manter aquilo só para ele. Porque aqui dentro tudo é tão turbulento e confuso que não sei como nunca tive uma crise de nervos. Não existe uma torneira, um botão pause, uma caixinha de fuga. Nada. Nenhuma alternativa de escape.
Posso estar cansada por inteiro. Desgastada. Corpo e cérebro. Cérebro implica em sentimentos também. Posso sentar, deixar, nadar, dormir, que por dentro, o que tem que me perseguir continua por aí. Seria tão bom conseguir tirar férias de mim mesma. Sozinha, na praia ou sei lá. Sem ter que me preocupar com calendários e prazos. Sem a pressão de qualquer pessoa ao meu redor. Sem ter que dar satisfações e me sentir obrigada a nada. Mas não tem como. Daí eu escrevo. Ou imagino amigos. 
Na minha imaginação, meu amigo sabe que por mais grossa e cabeça dura que eu seja, tudo o que eu preciso é de um colo. Ele sabe o quanto eu preciso falar e me permite, sem sequer pensar em desviar o assunto. E incentiva que eu extravase de alguma forma. Com murros ou um choro meio bobo, o que a situação pedir. Fico confiante o suficiente para soltar tudo, porque sei que nada vai ser distorcido ou entrar no ouvido de qualquer outra pessoa. Ele sabe coordenar os seus movimentos e concorda. Mesmo que não tenha nenhum bom conselho. Às vezes não é de um conselho que precisamos. É só da segurança de saber que alguém no mundo te entende.
E isso me torna a pessoa mais desligada do mundo. Pra quê ficar alerta por aí, se é aqui onde minha carga de problemas nasce, cresce e pesa e não me deixam nenhuma ferramenta para me ajudar? Não, obrigada.  Mas seria ótimo se meu amigo parcialmente imaginário encarnasse em alguém. Um suporte em ambos os lados não seria nada mal.

3 comentários:

  1. "Às vezes não é de um conselho que precisamos. É só da segurança de saber que alguém no mundo te entende."

    Nossa, eu adorei o seu texto. Sério. Eu to exatamente nessa fase. Onde todo mundo me vê cor de rosa, mas eu to cinza. E eu sei que ninguém consegue enxergar isso. E, por mais que eu fale, ninguém realmente entende o quão sem saída as coisas são... o como eu posso estar tão perdida que só não consigo ver. Sei lá. É quase o limite. Ou o limite. Sei lá.

    Um beijo
    www.fizdecanetinha.com

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  2. Oi!
    Você não é a única que cria uma espécie de amigo imaginário não..Todo mundo precisa de alguém que nos consiga mostrar o além da luz do fim do tunel! :)
    E eu adorei o seu blog e seus textos!

    beijinhos!
    www.triponina.blogspot.com.br

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  3. Nossas válvulas de escape são essas mesmo, acho que todo mundo tem um "amigo imaginário", como dizia Renato Russo
    "Se você quiser alguém em quem confiar
    Confie em si mesmo"
    Beijos

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